10/12/09

E a Índia na minha vida...


PRÉMIO REVELAÇÃO AGUSTINA BESSA-LUÍS

Uma aventura que começou em 2001, a primeira vez que viajei para lá.

Recomeça hoje com o anúncio do prémio.


Espero que gostem tanto de o ler como para mim foi um prazer escrevê-lo.

Obrigada!

20/03/09

- Escrever Escrever é só consultar o site, todos os meses novas iniciativas.
- Escrever um livro - como começar?
- Escrita Criativa
- Estilo Literário e Métodos de Revisão
- Biografia












03/03/09


“Era a sua compleição física - alto, espadaúdo, sempre com um sorriso nos lábios - algo indecifrável, que chamava a atenção aos demais. Bana parecia revelar um certo conformismo, ou um sentimento de perdão a quem lhe traçara o destino, até então lancinante.
Nas festas de Son Jôn começava a revelar-se um cantor extraordinário, um ser que encarnava a animação popular em toda a força do seu corpo. (…)
Descalço, com um velho chapéu de palha de abas largas desfiadas, de face molhada, escorrendo gotas de suor, reflectindo a luz de um sol aberto e quente. Palmas das mãos levantadas, olhos semicerrados, colava “sanjon” sem sair do mesmo local, parecendo ter abandonado o próprio corpo que vagava ao sabor da estereofonia dos tambores. Os gestos eram cadenciados, num balancear discreto dos movimentos, em atitude de quem sonha.”

in Bana- Uma vida a cantar Cabo Verde

“O cabo-verdiano, à semelhança de uma culta coruja que habita um buraco de árvore, é um português que se encontra privado do prazer de um bom jantar de bacalhau ou um africano sem poder tocar o seu berimbau. É um menino abandonado que teve de se fazer adulto à pressa para conquistar à força das armas o que era seu por natureza.”
in Bana- Uma vida a cantar Cabo Verde

01/03/09

Imprensa

Rev.24 horas 13/07/08

Diário de Notícias 10/07/08




Jornal 24 Horas 8/07/08





O VENTO DOS OUTROS


"Olhava para Puerto Navarino, viam-se as pequenas ilhas redondas que rompem a água em forma de dorso de baleias, circundadas pelas suas crias. Estava tudo tão sossegado que o pousar de um pássaro me sobressaltava. Um som provindo de um corno chamava os cavalos e abastecia o ar de irrealidade. Viu-os correr com a crina aos saltos e alegrei-me por não ter montado a tenda no primeiro sítio onde pensara. Ameaçava chover. O meu bloco de notas guardou estas palavras de momento:
" O fim do mundo é o que tu quiseres. É uma cidade ou uma vila, uma aldeia ou três casas.O fim do mundo é uma história que nunca te contaram.O fim do mundo é uma avioneta que não corta o silêncio instalado. O fim do mundo terá sempre, invariavelmente, montanhas com cumes aguçados.O fim do mundo tem água, toda a água que o planeta possa suportar. O fim do mundo não tem gravidade, não tem cheiro.Tem árvores tortas, dobradas ou arrancadas pelo vento. O fim do mundo essencialmente tem vento. Que nunca é discreto, nunca é sopro, nunca é brisa. É uma besta, um Cabo Adamastor só de ouvido, um louco transeunte que grita tudo o que diz, tudo o que as pessoas não querem saber, e disfarçando, fingem não o ouvir nem o ver.O fim do mundo tem muitas nuvens, que claro, indigentes como o outro, seguem sempre o seu caminho e nunca por aqui param. Há sempre tantas e nunca são as mesmas.No fim do mundo os dias são gigantes ou anões. No fim do mundo sente-se que se chegou longe, mas que afinal não era tão longe assim."
in O Vento dos Outros

Imprensa




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